2025/12/31
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A ANIR-Associação Nacional de Imprensa Regional, realizou um Encontro Nacional no passado mês de novembro em Pombal.
O painel dedicado ao tema do “preocupante deserto de notícias” integrou o programa do Encontro Nacional da Imprensa Regional e reuniu vários intervenientes para debater a situação da comunicação social local e regional em Portugal. A conclusão, generalizada, foi que a democracia não sobrevive sem imprensa livre, além de ter sido consensualmente lamentado o silêncio crescente nos jornais regionais e a imprensa de proximidade, os quais são fundamentais à coesão territorial e ao Portugal democrático.
Ao longo da discussão, foram abordadas as dificuldades enfrentadas pelos órgãos de comunicação social de proximidade e o impacto do desaparecimento de jornais e rádios locais em vários territórios. Durante o painel foi referido que “sem imprensa local não há democracia local”, sublinhando-se a importância destes meios para a vida das comunidades.
“Sem imprensa local não há democracia local, pelo menos uma democracia que possamos chamar de verdadeira, porque não existe igualdade de oportunidades, nem escrutínio, nem debate; acredito profundamente que a informação é essencial para a vida cívica e que a ausência de jornais enfraquece todo o território”.
Foram também apresentados dados relativos à existência de concelhos sem qualquer órgão de comunicação social com produção regular de notícias, situação que foi considerada preocupante pelos participantes. No debate foi ainda salientado que “quando desaparece o jornal local, desaparece também um espaço essencial de proximidade com as populações”.
“A imprensa regional foi sempre um pilar de igualdade de oportunidades entre cidadãos, porque permitiu que todos soubessem o que se passava no seu território; quando esse pilar falha, aumentam as assimetrias e diminuem os mecanismos de controlo democrático.”
Outro dos aspetos referidos durante a discussão prendeu-se com o papel da comunicação institucional e das redes sociais, tendo sido defendido que “a comunicação institucional não substitui o jornalismo”, por não assegurar contraditório nem escrutínio independente.
No painel foi igualmente referido que “não pode haver cidadãos de primeira e de segunda no acesso à informação”, defendendo-se a necessidade de garantir condições para que a comunicação social regional continue a cumprir o seu papel junto das populações.
A ANIR-Associação Nacional de Imprensa Regional
Foto: José Ribeiro Pereira