António Roque: Todos no mesmo Barco
OPINIÕES
E, para compreendermos as opiniões, frustrações, e pensamentos, é preciso ter capacidade, para nos pormos, no lugar do "outro". E o lugar do outro, pode ser o nosso, de um dia para o outro. Não estamos todos no mesmo barco, estamos todos na mesma tempestade, mas em barcos diferentes. Uns estão em iates, outros em botes, outros em canoas e jangadas, que já estão afundando.
Por isso, vamos ter empatia pela dor do outro e respeitar-nos mais. Realmente, estamos divididos em 2 grupos: Grupo Mais: Querem continuar o isolamento
Grupo Menos: Querem voltar às atividades
Mas vejamos as diferenças:
O grupo Mais
Tem muito medo do vírus, é compreensível.
Porém, a maioria ainda tem recursos financeiros para se manter parado.
Por isso, a "economia" fica em segundo plano.
A quarentena é cómoda, está usando o tempo para refletir, ver filmes, descansar, estar com a família ...
Agora o grupo Menos
Este também tem medo do vírus.
Porém, já está sendo muito atingido pela crise, e está se preocupando cada dia mais.
Muitos não tem recursos para comida, rendas, remédios, etc...
Sabem que seus empregos, casas, negócios, famílias, tudo está em risco eminente de desabar. Por isso, preferem enfrentar o risco do vírus e voltar ao trabalho.
Esse é o problema:
São interesses e dores, completamente diferentes. Sim, vale a pena pensar nisto…Não estamos todos no mesmo barco.
Artigo publicado na edição de Maio do Jornal Notícias da Sua Terra.
António Roque
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